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Borussia derruba Real com elenco nove vezes mais barato

Lewandowski custou ao Borussia 4,9 milhões de euros e, hoje, vale cinco vezes mais - AFP PHOTO / PIERRE-PHILIPPE MARCOU
Lewandowski custou ao Borussia 4,9 milhões de euros e, hoje, vale cinco vezes mais Imagem: AFP PHOTO / PIERRE-PHILIPPE MARCOU

Do UOL, em São Paulo

01/05/2013 06h00

Quem assistiu à semifinal entre Borussia Dortmund e Real Madrid, na Liga dos Campeões, viu um time dominar completamente o rival no primeiro jogo e, no segundo, segurar o ímpeto de quem jogava em casa empurrado por 80 mil torcedores. A superioridade em campo, porém, era inversamente proporcional ao poder econômico das duas equipes. Na partida desta tarde, os jogadores que o Real Madrid mandou para campo custaram quase nove vezes mais aos cofres espanhóis do que os atletas que jogaram com a camisa amarela para o Borussia.

Somando o valor de todas as transferências, os 14 jogadores que o Real usou no duelo (Diego López, Essien, Varane, Pepe, Sérgio Ramos, Fábio Coentrão, Kaká, Xabi Alonso, Khedira, Modric, Di Maria, Özil, Cristiano Ronaldo, Higuain e Benzema) custaram R$ 1,18 bilhão Real. Já o Borussia, com o mesmo número de atletas (Weidenfeller, Piszcek, Subotic, Hummels, Schmelzer, Bender, Felipe Santana, Gundogan, Blaszczykowski, Götze, Grosskreutz, Reus, Lewandowski, Kehl e Schieber), só precisou de R$ 140,27 milhões.

A origem dessa discrepância é o modo de cada clube fazer negócio. Desde que Florentino Perez criou os primeiros Galácticos em Madri, em 2000, a política do Real é contratar os mais famosos jogadores do mundo. É o caso de Cristiano Ronaldo, comprado por 94 milhões de euros do Manchester United, e Kaká, que deixou o Milan por 67,4 milhões de euros. Os dois estão entre as contratações mais caras da histórias. Mais do que isso: nenhum dos jogadores utilizados na semifinal foi formado no clube ou chegou sem custos para o Real. O custo médio de cada atleta é de R$ 84,4 milhões - mesmo com o volante Essien, que está emprestado pelo Chelsea, não entrar na conta.

No Borussia Dortmund, as coisas são completamente diferentes. A contratação mais cara, por exemplo, foi Gundogan, comprado por R$ 14,8 milhões do Nuremberg. Mais do que isso, porém, o time busca jogadores com transferência livre. O goleiro Weidenfeller e o defensor Piszcek, por exemplo, chegaram sem custos. Além disso, o time ainda ganha com suas categorias de base. A principal revelação da equipe é o atacante Götze, que na próxima temporada vai para o Bayern de Munique por R$ 100,9 milhões. Outro prata da casa é o zagueiro Schmelzer, avaliado em R$ 27,9 milhões.

Essa diferença diminui, mas não muito, quando o que é levado em conta é o valor de mercado atual dos atletas. Segundo o site Transfer Markt, especializado no assunto, o elenco completo do Real Madrid vale R$ 1,84 bilhões de euros. O Borussia é estimado em R$ 789,5 mi. Entre os oito times que jogaram as quartas de final da Liga dos Campeões, aliás, Barcelona (R$ 1,87 bilhão), Bayern de Munique (R$ 1,33 bi), Juventus (R$ 1 bi) e PSG (R$ 939,9 milhões) superam esse valor. Só Galatasaray (R$ 442 mi) e Málaga (R$ 318,37 mi) valem menos do que o finalista de Dortmund.

Com a eliminação, o Real Madrid passa a viver um período de indefinição em seu elenco - muito por conta das dúvidas sobre a permanência de José Mourinho no comando da equipe. Esta dúvida empaca o futuro dos jogadores brasileiros no time merengue. A imprensa espanhola, que se dividiu entre elogios e destaque ao 'fracasso' do Real Madrid, também questiona se o português deixará o clube ao fim desta temporada.