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Mãe de Cuca admite "mania do ônibus" e diz que apelido surgiu após bronca

Luiza Oliveira

Do UOL, em Marrakech (MAR)

17/12/2013 06h35

Dona Nilde Stival é uma mulher de fé. Católica na essência, frequenta a missa desde criança todos os domingos e reza copiosamente para Nossa Senhora. As graças alcançadas foram muitas, entre elas uma bem sucedida cirurgia no coração recentemente. Nilde passou para seus filhos a importância da religiosidade. “Quando batizo, entrego um filho meu para Nossa Senhora. E ela está cuidando direitinho”.

Foi assim que fez com seu filho Alexi Stival. Desde pequeno, pegava nas mãos do pequeno e levava para a missa no domingo. Ensinou que sempre parasse, rezasse, fizesse uma oração. Já crescido, Alexi Stival virou Cuca e mostrou que aprendeu direitinho. A fé se tornou um dos pilares de uma de suas maiores conquistas: a Libertadores.

Nossa Senhora se tornou quase uma protagonista da campanha e presente nos jogos na camisa do treinador. E teve até um ‘milagre’ para que ela atuasse de forma mais incisiva. Na final, o time tinha dificuldades de furar o bloqueio do Olimpia-PAR, no Mineirão, e Cuca vestia um agasalho.

Das arquibancadas, sua mãe gritava para que ele ficasse sem a blusa de frio deixando a imagem mais exposta e mais forte. Mesmo sem ouvir por causa do barulho ensurdecedor do Mineirão, Cuca tirou o agasalho. A sorte virou e todo mundo já sabe o final.

Mas se Cuca tem fé, sua mãe admite que ele também tem algumas manias. Nilde confirma a velha lenda de que Cuca é tão supersticioso que não aceitava ficar dentro de um ônibus se ele engatasse a marcha ré e andasse para trás.

“Isso aí ele teve durante um tempo. Essa do ônibus ele eliminou. Foi ter isso já adulto, mas acho que de tanto falarem parou”, admite. “Ele anda com uma medalhinha, mas acho que é mais fé do que superstição”.

Nilde, no entanto, afirma que a mania não foi herdada da mãe. “Sempre digo para ele que eu não acredito em superstição, mau olhado, não. Mas ao longo da vida isso vai passando, não quer dizer nada”.

Se as manias não foram herdadas, o apelido tem o dedo da mãe. Alexi Stival virou Cuca ainda menino, com pouco mais de dois anos de idade. Tudo por causa de um medo. Quando o pequeno fazia algumas de suas bagunças, a mãe ameaçava chamar o delegado da cidade, o Cuclá, e dizia: “O Cuclá vai te pegar”. A bronca dava resultado, Cuclá virou Cuca e o apelido pegou.

Entre broncas e carinhos, Nilde assumiu o papel de mãe dando muitos conselhos que abrangem até o futebol. Cuca chama a mãe carinhosamente de talismã e ela já ganhou o apelido de ‘pé quentão’. Não é toa. Dona Nilde diz que esteve em todas as conquistas e não viu nem uma derrota sequer ao vivo. Nos dois últimos títulos estaduais de Cuca e na conquista da Taça Libertadores ela esteve presente.

Por isso, já desembarcou em Marrakech na tarde desta segunda-feira, com outros 30 familiares de Cuca, para manter o retrospecto. Ela sabe que o filho já passou por muitas dificuldades e enfrentou muitas críticas. Agora, isso vai mudar.

“Conversamos bastante. Falo sempre para passar por cima e não dar atenção. Ir subindo de degrauzinho em degrauzinho. A Libertadores foi conquistada assim: de passinho em passinho. Na Libertadores eu dizia: ‘tenho certeza que vamos ser campeões’. Ele perguntava, ‘tem certeza, mãe?’. E agora eu digo: vai ser de novo”.  Com a força de dona Nilde, alguém duvida?